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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Novo programa da União exige como contrapartida a punição aos servidores



Estado do Rio pode ter alívio de R$ 25 bi com novo programa da União. Valor paga um ano de salários dos servidores

BRASIL - BRASÍLIA -BSB - 14/12/2016 
Nelson Lima Neto

O Estado do Rio poderá economizar, pelo próximos três anos, R$ 25 bilhões. O alívio nas contas deverá vir com a aprovação do novo Regime de Recuperação Fiscal debatido entre a União e os governadores dos estados que estão sob regime de calamidade fiscal (Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul). A proposta foi adicionada ao projeto que trata das dívidas estaduais e recebeu a aprovação do Senado. O texto voltou para a Câmara dos Deputados e estava em discussão até o fechamento desta edição.
Segundo a Secretaria estadual de Fazenda, o Rio tem que pagar, de 2017 a 2019, R$ 14,1 bilhões em débitos. Além disso, tem quase R$ 10,9 bilhões em parcelas de empréstimos a serem quitadas até 2019. As prestações poderão ser pagas pela União, dando fôlego ao estado. O prazo de três anos poderá ainda ser prorrogado por mais três.
Com a economia até 2019, daria para pagar os salários dos servidores estaduais. Hoje, a folha gira em torno de R$ 2 bilhões mensais. A economia de R$ 25 bilhões, em três anos, poderia bancar a folha de quase um ano, com o 13º salário.
— Somente em 2017, teremos uma economia de R$ 7 bilhões. Somado às propostas que estão na Assembleia Legislativa, dá para pagar todas as folhas de 2017 em dia — disse Luiz Fernando Pezão.
Será necessário fazer cortes de gastos
Entre as contrapartidas exigidas pelo governo federal para que o Rio de Janeiro entre no Regime de Recuperação Fiscal, será necessário o envio de um projeto que vise à criação de um programa de desestatização e reforma do Estado à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Outra obrigação considerada fundamental pela União é o aumento da alíquota da contribuição previdenciária de servidores ativos, inativos e pensionistas de 11% para 14%. Essa questão já está em discussão na Alerj e será votada na próxima terça-feira.
— O governo do estado tem que entrar num processo sistemático de redução de despesas — disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Desde junho, o Rio de Janeiro, como todos os estados do país, não paga sua dívida com a União em função de um acordo firmado com o governo federal. Este pacto, porém, terminará em janeiro, quando as parcelas voltariam a serem cobradas.
Governadores terão de prestar contas à União
O Tesouro Nacional fará relatórios periódicos sobre as medidas de ajuste adotadas pelos estados que estiverem sob o novo regime. Aquele que descumprir alguma regra do acordo será imediatamente desenquadrado e terá que voltar a recolher imediatamente os pagamentos que ficaram suspensos.
Está em discussão, também, a possibilidade de os governadores que aderirem ao programa serem responsabilizados por algum desrespeito às regras. Eles poderão responder por crime de responsabilidade.
Uma das liberações que o programa oferecerá ao Rio de Janeiro será a possibilidade de recolher novos empréstimos para fins específicos. Uma das liberações visará à contratação de recursos para um possível programa de demissão voluntária de servidores públicos estaduais.

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