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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Pezão está hipotecando o futuro - Diz Economista


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Informe do Dia
Luciana Barcellos
Sem luz no fim do túnel
A crise financeira do Estado do Rio só vai se resolver com ajuda do governo federal. É o que pensa o economista Bruno Sobral, especialista em economia fluminense e professor da faculdade de Ciências Econômicas da Uerj. Ele afirma que o próximo governador vai herdar uma grande dívida com o empréstimo de R$ 2,9 bilhões e um grande abacaxi com a securitização dos royalties do petróleo.
O orçamento do Estado do Rio para 2018, aprovado na semana passada pela Alerj, prevê um déficit de R$ 9,2 bilhões para o próximo ano. O que isso pode implicar nas finanças do estado?
Eu diria que é impossível resolver a situação para os próximos anos sem uma ajuda efetiva do governo federal. Não há saída de curto prazo sem orçamento da União para o Rio. Isso já deveria ter sido feito em 2016. Se tivesse feito ali, talvez não teríamos passado por uma situação tão grave. Mas o governador não teve capacidade de levar o estado para o debate nacional. O Rio está se endividando com um agiota. E isolado. Não temos condições de nos endividar mais.
O empréstimo de R$ 2,9 bilhões vai sair esta semana, mas o governador Luiz Fernando Pezão já disse que não vai saldar tudo.
Não vai pagar nem novembro. No início, esperava-se R$ 3,5 bilhões, depois passou para R$ 2,9 bi, e agora vão pagar R$ 2 bi e os R$ 900 milhões daqui a dois meses. Quanto mais o tempo passa, mais despesas não são pagas, mais restos a pagar se acumulam. E esse empréstimo é o que a gente chama de despesas extraordinárias. O governo vai queimar recursos para tapar buraco.
Como você vê essa aposta do governo na melhora da economia e no aumento da arrecadação?
O governo não faz de fato nada para que isso ocorra. Deveria cobrar investimentos federais, cobrar de certos setores. O Rio tem hoje as piores taxas de desemprego no país. Deu uma melhoradinha, mas não foi expressiva. Não há nenhum indicativo que sustente.
E em relação à securitização?
A securitização dos royalties é dívida. O governo está jogando um grande abacaxi para o próximo governador, que vai herdar uma dívida imensa. Vai receber agora, mas lá na frente vai ter que devolver, só que acrescido de juros. O Pezão está hipotecando o futuro.
Amanhã será a primeira votação na Alerj da PEC47 (a segunda será na quinta-feira), que discute os duodécimos das universidades estaduais. Acredita que vai ser aprovada?

Estamos sensibilizando todas as frentes políticas, por isso é importante que todos participem. O duodécimo não resolve o problema, mas a aprovação vai ser uma grande ajuda para as universidades estaduais. Pezão tirou a Uerj do Orçamento e o governo criou uma imagem muito negativa. Mas a culpa da crise não é nossa, mas da má gestão dos gastos.

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