Pezão
depôs como testemunha de defesa de Cabral. Negou saber da existência, nos
editais de licitação para obras do PAC das Favelas, de cláusulas escritas para
restringir a participação de empresas que não tivessem feito acertos
financeiros com o governo. Também negou saber que um mesmo documento, com firma
reconhecida, teria sido compartilhado entre empresas para possível cartelização
das obras. A prática seria ilegal e restritiva da concorrência.
"Essa
documentação não era levada ao senhor?", perguntou o juiz Marcelo Bretas.
"Isso ficava
subordinado ao Hudson Braga (subsecretário de Obras, hoje preso)",
respondeu Pezão. "Era ele que fazia essas licitações, eu só assinava no
final. Não participava dessa cartelização, da escolha ou qualquer outra
reclamação. Eu só via o edital e dava publicidade a nível nacional", afirmou.
O magistrado
perguntou então se Pezão não se preocupava em conferir o que fora decidido.
"Eu tinha
confiança plena em todos os técnicos subordinados", alegou. O governador
também qualificou Hudson Braga como "gestor eficiente". O depoimento
durou 18 minutos.
O ex-governador
Cabral está preso desde novembro. Já foi condenado em dois processos criminais
a penas que, somadas, passam de 50 anos de prisão. Ele nega as fraudes e
questiona a atuação do juiz Marcelo Bretas, que acusa de não ser imparcial.
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