Esquema de
corrupção que desviava dinheiro da Prece teria sido planejado durante a
campanha de Rosinha Garotinho ao governo do Estado.
doleiro Lúcio Funaro falou que o
esquema de desvio de dinheiro da Prece, o fundo de pensão da Cedae, operado por
Eduardo Cunha, foi planejado durante a campanha de Rosinha Garotinho para o
governo do estado. Ele afirma que parte desse fundo ia para Garotinho, que na
época tinha um projeto de candidatura à presidência.
“Eu perguntei pro deputado Albano
Reis, e ele me informou que se quem ganhasse a eleição fosse a Rosinha
Garotinho, que era a candidata que tinha mais probabilidade de ganhar, quem
teria o comando a Cedae e da Prece seria o Eduardo Cunha. E como ele era um
político experiente, eu fui com ele pra falar com o Eduardo Cunha”, disse o
doleiro.
Furano também respondeu em que
anos operou na Prece: “De 2003, quando a ex-governadora Rosinha Garotinho
assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro, até dezembro de 2006, quando ela
saiu do mandato e assumiu o governador Sérgio Cabral”. Mas, segundo Funaro,
Anthony Garotinho usou os serviços de Eduardo Cunha quando planejava ser
candidato à presidência, em 2006.
Naquela época, ainda segundo o
delator, o deputado Eduardo Cunha resolveu que ele ia fazer uma poupança pra
ele no exterior e esses valores eram relacionados ao esquema da Prece.
Funaro acrescentou que esses
recursos ilícitos tinham relação com o Garotinho, que tinha um percentual no
esquema. “O Garotinho, naquela época, almejava ser presidente do Brasil, então
ele tinha uma estrutura política muito cara pra ser sustentada. Ele tinha uma
bancada de deputados própria dele. Ele tinha uma série de rádios alugadas no
Brasil inteiro, um custo alto de alguém de aeronave mensal. E quem fazia frente
pra pagar todas essas despesas era o deputado Eduardo Cunha”, afirmou.
De acordo com Lúcio Funaro,
Eduardo Cunha rompeu com Garotinho e assumiu o controle do esquema de compra de
deputados com recurso ilícitos.
“A história do Eduardo não começa
agora, a história dele começa em 2003. Então, com a Cedae, com a Prece, ele
adquire o know-how de operar a compra de deputado, de ter um grupo de
parlamentares que apoiam sempre os pré-requisitos que ele quer”, disse Funaro.
“E quando o Eduardo rompe com o
Garotinho, o Eduardo assume o quê? O controle de toda a bancada”, acrescentou.
O ex-governador Garotinho emitiu
nota sobre o depoimento. Confira a íntegra abaixo:
"O ex-governador Anthony
Garotinho esclarece que, desde a prisão de Eduardo Cunha, vem afirmando:
"Querem achar o dinheiro do Cunha, prendam o Funaro".
Por conta disso, depois de preso,
Funaro e seu amigo e sócio Eduardo Cunha vêm procurando uma forma de atingi-lo.
Garotinho desafia Funaro a apresentar uma prova que seja a respeito das
acusações que faz.
Por fim, o ex-governador lembra
que o Fundo de Previdência da Cedae, de fato comandada por Eduardo Cunha no
passado, sempre teve autonomia. Nem a ex-governadora Rosinha Garotinho nem o
próprio Anthony Garotinho jamais tiveram ingerência sobre as decisões do
fundo".
Supostos recursos para Picciani
Lucio Funaro também contou no
depoimento que, a pedido de Eduardo Cunha, recebeu na Suíça dinheiro do
empresário de ônibus Jacob Barata Filho, réu na lava jato acusado de participar
de um esquema de corrupção no setor de transportes do Rio. Funaro afirmou que
parte desse dinheiro era paro deputado estadual Jorge Picciani, presidente da
Alerj.
“No ano de 2014, o Eduardo Cunha
me procurou perguntando se eu teria uma conta na Suíça que pudesse receber a
quantia de 5 milhões de francos suíços. E que essa conta tinha que ser na
Suíça, não podia ser em outro lugar.
Jacob Barata Filho foi preso em
julho na operação ponto final, um desdobramento da lava jato no rio. Ele estava
no aeroporto tentando embarcar pra Portugal. Foi solto em agosto depois de um
habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, mas teve
que entregar o passaporte e cumpre medidas cautelares, como ficar em casa de
noite.
Jorge Picciani está no sexto
mandato de deputado estadual no Rio, e no quinto mandato como presidente da
Alerj. Lúcio Funaro contou que 1% dos cinco milhões de francos suícos foram pra
Picciani.
Procurado pelo Jornal Hoje,
Picciani, que é presidente do PMDB do Rio, disse que não conhece Lucio Funaro e
que o delator é um bandido mentiroso. Também afirma que não recebeu dinheiro de
Eduardo Cunha.
A defesa de Eduardo Cunha também
repudia as declarações de Funaro, que teria feito uma delação sem provas e
narrado fatos que não participou pessoalmente. A defesa de Jacob Barata Filho
disse que é falsa e caluniosa a história alegadamente narrada pelo delator.
https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/furaro-diz-que-parte-do-fundo-de-pensao-da-cedae-operado-por-cunha-ia-para-garotinho.ghtml
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