A ANAFERJ entende que as
recentes e lamentáveis mortes ocorridas nas unidades hospitalares do Estado são
consequência de uma política de desmonte do serviço público estadual, tendo seu
lado mais visível nos serviços de saúde.
Nos últimos anos, para
atender interesses de operadores de grupos privados de saúde, os governos
estaduais deixaram de investir no serviço público, precarizando as unidades
hospitalares, mantendo congelados os salários dos servidores estatutários em
patamares de 2005, não realizando concursos públicos para suprir as
aposentadorias e terceirizando setores estratégicos. Um momento síntese desta
política de desmantelamento foi a demolição do maior hospital estadual, o
IASERJ na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.
Ainda na gestão de Cabral, com
o auxílio do médico Sérgio Côrtes, foram implementadas as Organizações Sociais
da Saúde mais conhecidas como OS, com a falaciosa expectativa de que seriam a
solução para os problemas de gestão vividos na saúde pública do estado e dos
municípios do RJ.
O resultado da gestão das
OSs, além da total falta de transparência e controle, é o aumento da
mortalidade infantil e o atendimento precário e mortes diárias pela falta de
recursos, falta de pagamento dos profissionais e a negligência associada ao
descaso conforme demonstrado nas últimas notícias, dando conta do falecimento
de uma senhora no HGV.
A cobertura da imprensa ao
fazer a necessária denúncia, não expressa a verdade com clareza e induz a
interpretação equivocada de que os responsáveis são os servidores públicos e
não a gestão temerária (privada) dos serviços de saúde, entregues as OSs.
É preciso lembrar que esse
governado não investiu o percentual mínimo constitucional em saúde e só teve as
contas aprovadas por possuir maioria política na Assembleia. O governador, o
secretário de saúde e os deputados que dão passe livre para o desvio de
recursos da saúde tem uma grande parcela de responsabilidade por essas mortes.
É preciso esclarecer,
apurar responsabilidades e denunciar todo este processo de desmonte da
estrutura de saúde pública, que está trazendo dor e sofrimento para a população
do RJ.
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