É direito de quem é eleito para
um cargo público, montar a sua equipe para administrar. É perfeitamente natural
que o Governador nomeie o seu primeiro escalão: Os Secretários de Estado, assessores diretos e presidentes de
empresas públicas.
Entendemos que os Secretários de Estado também tenham a prerrogativa de nomear seus subsecretários baseados em critérios
de expertise na área, experiência em gestão, capacidade de realização e também, evidentemente, confiança pessoal.
Mas quando se começa a nomear todos
os cargos da administração com pessoal extra-quadro: superintendentes,
coordenadores, diretores , assessores, assistentes, secretários e etc. Deixa de
ser algo aceitável. Passa a ser uma forma de premiar aliados políticos. É uma maneira de afrontar a exigência constitucional
de realizar concurso público. Isso acaba por tornar o serviço público menos eficiente.
Na Fazenda, essa prática é especialmente
perigosa porque pessoas estranhas à instituição podem ter acesso a informações
sigilosas de contribuintes. Dados que apenas servidores estatutários deveriam ter contato.
Aproximadamente 20% dos
servidores da Fazenda são extra-quadros. Alguns são excelentes servidores
e estão há muitos anos na secretaria prestando bons serviços, mas não são todos que podemos elogiar. Além disso, o número é
excessivo. Em algumas setores, o número de servidores sem concurso beira os 100%. Esses servidores são comprometidos em primeiro lugar, com que os indicou. E não tem a obrigação com a instituição ou com o interesse público, como os estatutários.
Outra questão preocupante e
discriminatória é a diferença entre os valores pagos a ocupantes de cargo em
comissão. O cargo em si, tem um valor pequeno e fixo (60, 100 reais, dependendo
do cargo). A maior parte da remuneração vem em forma de Gratificação de
Encargos Especiais (GEE). A GEE é paga de acordo com a “cara do freguês”.
Então
existem Assistentes II que recebem mil reais e outros que recebem 4 mil.
Diretores de Divisão de 1 mil a 6 mil. Ou seja, servidores com o
mesmo cargo, as mesmas responsabilidades, tem discrepância na remuneração de 4, 6 vezes.
Entendemos que para evitar apadrinhamentos
e dar transparência aos cargos e salários do estado, especificamente da SEFAZ,
deve existir uma tabela única, com o valor de cada Cargo em Comissão.
Em um momento de dificuldade, é fundamental
botar ordem na casa e estabelecer critérios justos para as gratificações.
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