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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Atraso leva servidores a trabalharem pela metade



05/12/2016
Destak (RJ)

Atraso leva servidores a trabalharem pela metade

Pagamentos irregulares fazem concursados e prestadores do Estado trocarem serviço diário por escalas alternadas

Com o ano marcado por salários atrasados, alguns funcionários do Estado passaram a
ir trabalhar em datas intercaladas, em vez de comparecer ao serviço todos os dias da semana. Essa escala informal, que já ocorria entre terceirizados, passou a ser adotada também por servidores concursados, principalmente no mês passado, quando o governo estadual dividiu os pagamentos em até sete parcelas.
Além de represália, a redução de trabalho acabou virando medida de economia para quem precisa seguir com as contas em dia.

“Continuei tendo que pagar aluguel, mais condomínio, e a creche da minha filha até o dia 10”, resume ao Destak um funcionário da Secretaria de Ciência e Tecnologia, que recebeu seis das sete parcelas só a partir do dia 16 e aderiu ao revezamento de trabalho adotado, segundo ele, de forma extraoficial pelos servidores, mas sem oposição do sindicato. Em novembro, ele e os colegas foram trabalhar dia sim, dia não.

Situação que pode se repetir neste mês de dezembro, caso o governo estadual volte a dividir o pagamento de forma semelhante. “Precisei tirar dinheiro da poupança para não entrar no vermelho e pagar juros”, acrescenta. A situação é mais grave entre os terceirizados, que só recebem depois do quadro fixo – e, não por acaso, foram os primeiros a pararem serviços, ainda no ano passado, como o de limpeza da Uerj.
Vender de quentinhas a calcinhas, passando por maquiagem, virou solução paliativa entre empregados de uma firma que presta serviços a órgãos como Polícia Civil e Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado).

Nesse caso, o sindicato já decidiu, no mês passado, por greve dos prestadores da empresa Prol Staff,mas alguns de seus empregados continuam trabalhando para manter serviços administrativos essenciais da Polícia Civil – com trabalho em dias intercalados, como já vinha ocorrendo.

“Para não deixar tudo descoberto, cada equipe decide seu turno; se tem três pessoas, cada uma vem em um dia”, explica uma terceirizada, para quem o “bico” acabou
virando a fonte de renda. “Como paramos de receber, até porque os arrestos reservam o dinheiro das contas do Estado para os servidores fixos, um passou a vender quentinha, eu vendo maquiagem, tem uma que traz calcinha de Nova Friburgo...”, relata. Além dos que se revezam, outros terceirizados pararam de ir, pois, sem vale transporte e refeição, já ficaram sem dinheiro para bancar passagem e comida.


Um comentário:

  1. Intercalar dia de trabalho.
    Tem é que entrar em greve mesmo.

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