quarta-feira, 20 de junho de 2018

Entrevista Diogo Thompson

A ANAFERJ é uma entidade plural, suprapartidária e participativa. Quando soubemos que um colega nosso se lançaria pré-candidato a uma cadeira na ALERJ tivemos a vontade natural de conhecer um pouco mais sobre ele, sua trajetória e suas propostas. Essa entrevista não significa apoio político ou endosso. Ela é a abertura de um espaço para que um colega, que é associado fundador da ANAFERJ, possa expor publicamente suas ideias e projetos. 

ANAFERJ: Diogo, nos fale sobre você.  Gostaríamos de saber mais sobre a sua história de vida e trajetória profissional

Diogo Thompson: Sou o filho mais velho da Dona Sônia e Seu Clovis. Passei parte da minha infância na Taquara Merck onde iniciei os estudos na Escola Municipal Vitor Meireles, logo após indo para a Escola Municipal Renato Leite. Mudamos para a casa dos meus avós paternos em Realengo quando tinha 7 anos sendo transferido para Escola Municipal Azul e Branco e passando pela Escola Municipal Dalva de Oliveira onde conclui o Ensino Fundamental. Iniciei o Ensino Médio no CIEP Francisco Mega em Magalhães Bastos quando após 6 meses de aulas recebi o telegrama informando a minha aprovação para estudar no antigo CEI, hoje CETEP Santa Cruz, com ensino profissionalizante em Processamento de Dados. Antes mesmo de concluir o Ensino Médio Técnico realizei, por indicação do meu pai, o Concurso para Escola de Aprendizes Marinheiros no qual obtive aprovação sendo lotado em Santa Catarina por 1 ano no Curso de Formação onde também conclui o Ensino Médio. Retornei ao Rio de Janeiro após o Curso e dei inicio a minha carreira militar na qual permaneci por 13 gratificantes anos. Tentei com muito esforço conciliar a carreira militar com a vida acadêmica quando fui aprovado na UERJ para cursar a Licenciatura em Matemática no turno da noite, e felizmente consegui concluir a Universidade. Em 2013, pedi Baixa da Marinha do Brasil quando era Terceiro Sargento e lotado em São Pedro da Aldeia, pois fui aprovado no Concurso de Analista da Fazenda (com um Projeto de alteração de nomenclatura parado na ALERJ a fim de mudar o nome do cargo para Analista Tributário da Receita Estadual) cargo que exerço atualmente, lotado na Auditoria Fiscal Regional de Duque de Caxias da Secretaria Estadual de Fazenda e Planejamento RJ. 




ANAFERJ: E porque você resolveu se candidatar a Deputado Estadual? 

Diogo Thompson: Em meio à crise financeira e de gestão que levou ao colapso os serviços ofertados pelo Estado como saúde, educação e segurança pública. Bem como, a falta de uma agenda para pagamento dos servidores de forma igualitária e escândalos, tão noticiados na mídia, de envolvimento em crimes por políticos e Conselheiros do Tribunal de Contas que causaram prejuízo aos cofres público. Decidi enfrentar o desafio de participar ativamente da reconstrução e moralização da política do nosso Estado e tentar resgatar no Legislativo o seu papel primordial que é a fiscalização dos Poderes no uso do dinheiro Público com o auxílio do Tribunal de Contas. Então me filiei ao Partido Novo por acreditar nos seus princípios e valores no qual participei do Processo Seletivo para escolha de pré-candidatos a Deputado Estadual onde obtive a aprovação com nota 10. 







"Direitos não se confundem com privilégios na Administração Pública"




ANAFERJ: Quais são seus principais planos e projetos? 

Diogo Thompson: São quatro pontos que eu gostaria de destacar:

1) Defender a CPI das Isenções Fiscais: O Estado concede isenções, abrindo mão de Receitas sem apresentar estudos sobre o retorno desse investimento em benefício à população. 

2) Redução de Impostos com simplificação do Sistema Tributário Estadual: O Estado do RJ cobra o maior ICMS do Brasil, que onera sobremaneira o consumidor de baixa renda por ser um Imposto incidente sobre o consumo, sendo 18% de ICMS e 2% de FECP ICMS em vários produtos. Pretendo propor e defender a auditoria e consequente supressão do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (FECP) que foi instituído de forma predatória pelo Governo Federal e seguido pelos Estados, bem como, levar para debate a redução de impostos com aumento das multas por infrações tributárias e melhoria na fiscalização como alternativa para a crescente evasão fiscal. Pois dessa forma, teríamos um maior número de contribuintes fora da ilegalidade. Hoje parece ser mais atraente e lucrativo a baixa possibilidade e risco de ser pego pelo Fisco do que pagar altos impostos. 

3) Defender e Fiscalizar os chamados Fundos de Modernização dos Poderes e Cargos: Um problema recorrente e que acompanha as promessas eleitoreiras é transformar Fundos de Modernização dos Poderes e Cargos em fonte de recursos para promessa e pagamento de Auxílios alterando sua função inicial. Será que esses auxílios estão sendo retirados do Fundo ou o Estado está pagando duas vezes (incluindo no Orçamento como despesa de pessoal e repassando aos poderes e órgãos)?

4) Reforma Previdenciária pautada na transparência: Não adianta taxar de forma impositiva o servidor/cidadão sem demonstrar de forma clara a necessidade de Reforma. O cerne do problema pode estar no gestor que usa de forma inapropriada os recursos arrecadados o que ficou demonstrado no relatório do TCE RJ quando foi verificada a falta de repasses das contribuições patronais e de servidores ao Rioprevidência. 



ANAFERJ: Qual a sua opinião sobre o atual momento do Estado? Quais seriam as prioridades da próxima gestão na sua avaliação? 

Diogo Thompson: O Estado do Rio de Janeiro está mergulhado em crise social, financeira e de gestão, mas infelizmente nossos representantes eleitos têm agido em sentido contrário a minimização de tais problemas com a obtenção de empréstimos. Num primeiro momento, os Poderes deveriam dialogar a reversão da política de concessão dos Fundos de Modernização dos Poderes e Órgãos já que desvincular tais recursos públicos do Caixa Tesouro Estadual diminuindo as Receitas; reexaminar a concessão dos privilégios onde podemos citar um exemplo tão divulgado na mídia, o Auxílio- Moradia dos juízes, que deveriam receber por subsídio (parcela única sem adicionais), porém reinterpretam a Constituição a fim de favorecê-los com o aval do Poder Legislativo que aprova Leis concessivas; reavaliar as Isenções Fiscais concedidas, pois reduzem sobremaneira as Receitas do Estado; regulamentar a devolução das “sobras orçamentárias” aos cofres do Tesouro Estadual demonstrando o compromisso do bom uso do dinheiro público e reavaliar as “escolhas políticas” nos órgãos públicos, uma atitude positiva seria a escolha de Secretários de Carreira”, como exemplo, a indicação de um Auditor Fiscal para Secretário de Fazenda. Não sangraria os cofres públicos trazendo Secretários com supersalários, fortaleceria a estrutura da carreira e manteria a qualidade do serviço desempenhado. Tais atos demandariam um esforço conjunto dos Poderes, habilidade do próximo gestor e renovação dos políticos atuais. 



ANAFERJ: Confessamos que nos chamou a atenção você, como servidor público estatutário, se candidatar pelo Partido Novo. Isso não seria um pouco contraditório? 

Diogo Thompson: Não. Quando estava pesquisando partidos políticos para me filiar encontrei no Partido Novo algumas qualidades que me chamaram a atenção: 

a) O não uso do Fundo Partidário e Eleitoral; 

b) O não carreirismo político com limitação de apenas uma reeleição ao mesmo cargo; 

c) O Processo Seletivo e capacitação para escolha de futuros pré-candidatos. 

Talvez o ponto que gere dúvida ao servidor público seria quando o Partido fala em redução do Estado (Estado Mínimo) com privatizações em áreas mal geridas e que consomem elevados recursos públicos, cortes dos privilégios concedidos a algumas categorias e a comparação do quanto pagamos em impostos e o serviço que recebemos de volta. Como servidor público sei que em uma administração sucateada onde falta o básico dificilmente será prestado um serviço de qualidade ao cidadão e que sua estrutura administrativa está permeada de “indicações” nos cargos de chefia limitando ações de melhoria a interesses políticos. Sei também que Direitos não se confundem com privilégios na Administração Pública. Direito a um salário justo para sustento pessoal e familiar, mas privilégios têm sido noticiados cada vez mais na mídia, como aumento do próprio salário a valores descolados da realidade por vereadores e deputados em SP, entre outras categorias, país afora. Mas, apesar de tudo, o cidadão contribuinte de impostos vai reclamar com aquele que está na ponta da corda e mais exposto seja o professor (mesmo levando serviço pra casa e tirando do bolso para realizar atividades escolares), o policial (mal pago e que coloca em risco a sua vida e de sua família), o médico e o servidor em geral (que trabalha faltando material). Quando o Partido fala em Estado Mínimo refere-se na influência negativa que o Estado tem nas nossas decisões. Por que contribuir para a previdência com 11%, hoje 14% e quem sabe até 22% (com a proposta de taxa extra) se o Estado, como vimos, deixa de pagar aposentados, pensionistas, inativos e categorias consideradas pelo Governo como “não essenciais”? Talvez o cidadão fizesse melhor uso do dinheiro, seja pagando previdência privada a taxas mais baixas e já sabendo de antemão o retorno na aposentadoria, ou investindo em educação, saúde, entre outras opções. 



ANAFERJ: No caso de você ser eleito deputado estadual e o novo governador pautar um projeto que retire direitos dos servidores do Estado, como você votaria? 

Diogo Thompson: Sou servidor público do Estado e sei das dificuldades que é o Governo e a bancada da ALERJ editar e aprovar reconhecimento de direitos básicos dos servidores e a diferenciação de tratamento entre categorias. Umas recebem auxílio transporte, outras não e quando recebem há uma diferenciação de valores pagos, por exemplo. Vejo direitos adquiridos como conquista das classes, mas sou contra os privilégios. É muito importante a renovação da ALERJ e para que isso aconteça de fato é fundamental a participação do cidadão nessa mudança procurando candidatos classificados para representá-los. Caso contrário, cairemos, mais uma vez, no erro de eleger candidatos despreparados e comprometidos com interesses pessoais e de bancada, pró-governo ou contra, deixando em segundo plano os interesses do cidadão e votando por interesses outros e não o correto. 


ANAFERJ: Você gostaria de mandar uma mensagem final aos nossos leitores?

Diogo Thompson: Agradeço imensamente a oportunidade de ter me apresentado como pré-candidato pelo Partido Novo a Deputado Estadual. Fico na torcida de que a população carioca depois de tantos escândalos que levaram o Estado à crise atual tenha atingido a maturidade de perceber que não é o candidato que faz uma reforma na praça em época de eleição e/ou ilude o eleitor com promessas, que na maioria das vezes não são funções de um deputado estadual quem irá resolver os problemas do Estado. Fica também o convite para seguir a minha página www.facebook.com/diogothompsonNOVO30/ para troca de ideias e sugestões, sinalizar a importância da participação do servidor público na mudança do cenário político do nosso Estado. Bem como fortalecer a pré-candidatura e afastar de vez a visão de que o Partido Novo é contra o servidor público. Juntos somos mais fortes. Obrigado.

ANAFERJ: Nós que agradecemos e desejamos boa sorte na caminhada!

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