segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Nota ANAFERJ

Nota ANAFERJ

Foi com surpresa e tristeza que a categoria de Analistas da Fazenda Estadual tomou conhecimento do falecimento do ex-secretário Júlio Bueno.

Júlio Bueno foi uma figura muito humana e nos atendeu sempre de forma amistosa e respeitosa. Na sua extensa biografia há uma passagem na direção da Associação dos Engenheiros da Petrobras e, talvez por isso, nutria simpatia legítima pelas nossas pautas. Havia divergências, é claro, mas sob sua gestão nunca houve perseguição aos Analistas ou outros servidores da casa.

Júlio estava na SEFAZ no momento agudo de crise. Ele atrasou o pagamento aos fornecedores para manter os salários em dia o quanto foi possível, mas em algum momento, não houve possibilidade de manter. Durante sua gestão, ele buscou, como hábil negociador, receitas extraordinárias que mantiveram o estado funcionando em uma aparente normalidade frente a queda abrupta de arrecadação com a queda do barril e a parada de investimentos na cadeia produtiva do petróleo.

Quando finalmente os salários atrasaram, fizemos uma greve por falta de salários e foi o momento em que a nossa relação azedou.

Após a sua saída, ele lançou o livro “Rio em Transe: No núcleo da crise” onde contava a crise no Rio sob sua ótica e algumas informações de bastidores. Em gesto nobre, nos chamou para o lançamento do livro. Lemos o livro, fizemos uma crítica “agridoce” e Júlio, bem ao seu estilo, reclamou das críticas, sem levar em conta os elogios que fizemos no artigo à sua personalidade generosa e à sua passagem frente a nossa instituição.

Júlio errou, Júlio acertou, conheceu o céu e o inferno na Sefaz. Mas a morte nos iguala: Ricos e pobres, bons e maus, certos e errados, flamenguistas e tricolores. Hoje há uma família chorando e a Associação dos Analistas da Fazenda usa esse espaço para lamentar profundamente o falecimento de Júlio Bueno e envia suas sinceras condolências aos familiares e amigos.







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