14/07/2015
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Valor Econômico |
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Mudança no ICMS prevê novas alíquotas
interestaduais a partir de janeiro de 2017
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Ribamar Oliveira e Thiago Resende De Brasília
A pedido do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as novas alíquotas
interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
só entrarão em vigor a partir de janeiro de 2017. Elas serão reduzidas
gradualmente dos atuais 12% para 4% em 2024 para as mercadorias originárias
dos Estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo.
No caso dos produtos provenientes dos Estados do Sul e Sudeste, as alíquotas
serão reduzidas dos atuais 7% para 4%, no período de 2017 a 2019, segundo
projeto de resolução do Senado, ao qual o Valor teve acesso e que poderá ser
votado hoje pelo plenário da Casa.
A data da votação, no entanto, dependerá de decisão dos líderes partidários,
em reunião marcada para hoje pela manhã no gabinete do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL). Os senadores contam com a publicação de uma ou
duas medidas provisórias no "Diário Oficial da União", criando o
Fundo de Compensação das perdas dos Estados com a reforma do ICMS e do Fundo
de Desenvolvimento Regional.
Ao mesmo tempo, os senadores darão prioridade à votação do projeto de lei do
senador Randolfe Rodrigues (Psol/AP) que permite a repatriação do dinheiro
remetido de forma ilegal para o exterior por brasileiros. O governo estima
poder recolher cerca de R$ 20 bilhões com o projeto e os recursos serão
destinados aos dois fundos.
A resolução que será aprovada pelo Senado condiciona a entrada em vigor das
novas regras do ICMS à existência de recursos nos dois fundos. O dinheiro
obtido pelo governo com a repatriação será usado pelo governo, no primeiro
momento, para fazer o primário de R$ 66,3 bilhões deste ano.
O projeto de reforma do ICMS, que está sendo relatado pelo senador Wellington
Fagundes (PR-MT), prevê situações especiais. O texto repete o convênio 70
regido pelos secretários estaduais de Fazenda, no âmbito do Conselho Nacional
de Política Fazendária (Confaz). Pela resolução a ser aprovada,
as operações interestaduais com produtos agropecuários e com mercadorias
industrializadas produzidas em conformidade com o Processo Produtivo Básico —
originários do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e do Espírito Santo e
destinadas ao Sul e Sudeste — terão alíquotas reduzidas de 12% para 7% até
2021.
As alíquotas interestaduais das mercadorias da Zona Franca de Manaus (ZFM)
destinadas aos demais Estados da Federação será reduzida dos atuais 12% para
10% até 2018. Uma situação especial será criada para os bens de informática
produzidos na ZFM, que terão as alíquotas interestaduais reduzidas dos atuais
12% para 7% até 2021.
Outra situação especial está prevista para a tributação do ICMS sobre o gás
natural. No caso do gás originário dos Estados do Norte, Nordeste,
Centro-Oeste, do Espírito Santo e do exterior, a alíquota interestadual cairá
dos atuais 12% para 10% até 2018. No caso do gás natural proveniente do Sul e
do Sudeste, a alíquota interestadual cairá dos atuais 7% para 4% até
2019.
A resolução da reforma do ICMS não se aplica às operações interestaduais com
mercadorias e bens importados do exterior, que continuarão regidas pela
Resolução 13, de abril de 2012, e às prestações interestaduais de serviço de
transporte aéreo de passageiro, carga e mala postal, disciplinadas pela
Resolução 95, de dezembro de 1996.
O cronograma da reforma do ICMS foi discutido ontem em reunião do
Conselho Político, que contou com as presenças da presidente Dilma Rousseff,
vice-presidente Michel Temer, Levy, ministro do Planejamento, Nelson Barbosa
e dos líderes dos partidos da base aliada. Antes do encontro, o ministro da
Fazenda disse que a reforma do ICMS é uma coisa que ajuda a orientar a
economia.
“A gente está exatamente neste momento olhando o que vem para 2016 e a
reforma do ICMS é que tem travado o investimento", afirmou Levy. "É
uma possibilidade realmente a gente dar um passo a frente, reorganizar a
economia, criando oportunidade de crescimento, de investimento e de
emprego."
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terça-feira, 14 de julho de 2015
Mudança no ICMS prevê novas alíquotas interestaduais a partir de janeiro de 2017
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