segunda-feira, 1 de abril de 2019

Desde 2007 RJ não aplica o MÌNIMO em saúde pública




Justiça proíbe RJ de fazer contratações até fim de abril devido ao baixo investimento na Saúde

Documento elaborado pela Subsecretaria de Finanças do Estado mostra que Rio não repassa o percentual exigido há 12 anos.
Por Bárbara Carvalho, GloboNews
01/04/2019 10h21  










A Justiça proibiu o Governo do Estado do Rio de Janeiro de fazer novas contratações até o dia 25 de abril devido à baixa aplicação de investimentos na área da Saúde. Um documento obtido pela GloboNews mostra que o estado não cumpre o percentual de aplicações exigido pela Constituição desde 2007.
A juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes determinou a medida justamente para que o Estado faça um novo planejamento que consiga atingir os 12% de repasses para a Saúde. As áreas que não entram na decisão são as da Saúde - englobando Saneamento - Segurança, Educação, e as que permitirem o aumento da receita orçamentária. A multa para descumprimento da medida é de R$ 50 mil diários.
Para a magistrada, "não soa razoável a celebração de novos contratos administrativos - salvo aqueles vinculados às áreas prioritárias de administração pública, enquanto não for apresentado, em juízo, planejamento orçamentário, indicando o repasse de recursos financeiros equivalentes ao percentual estabelecido em lei".
Em documento elaborado pela Subsecretaria de Finanças do Estado, e obtido pela GloboNews, mostra que o Rio de Janeiro não cumpre a Lei desde 2007. O percentual chega perto do exigido apenas em 2011, com 11% da receita aplicada em Saúde. Depois disso, os números caem ano a ano até atingirem 6,1% em 2018, metade do mínimo que deveria ser investido.
Percentual da receita aplicada em Saúde, segundo Secretaria Estadual de Fazenda:

·         2007: 9,1%
·         2008: 9,7%
·         2009: 10,5%
·         2010: 10,8%
·         2011: 11%
·         2012: 10,7%
·         2013: 9,4%
·         2014: 9,9%
·         2015: 8,1%
·         2016: 5,1%
·         2017: 4,6%
·         2018: 6,1%

Investimentos não atingem o exigido até 2023


De acordo com a atual gestão, do governador Wilson Witzel (PSC), a previsão é de aumento no investimento na Saúde nos próximos anos, mas, mesmo assim, o percentual não deve chegar aos 12% até 2023.
No documento, o Governo atual destaca que "mesmo em tempos de bonança, o percentual de despesas pagas não atingiu 12% da receita-base, sempre gerando restos a pagar processados e não processados". A gestão também afirma que o compromisso do Governo do Rio com a Saúde Pública é convergir à média dos últimos dez anos.
Estimativas do Governo do Estado sobre percentual da receita aplicado em Saúde, segundo Secretaria Estadual de Fazenda:

·         2019: 8,3%
·         2020: 9,9%
·         2021: 10,9%
·         2022: 11,2%
·         2023: 11,4%

O ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que está preso, responde por improbidade administrativa justamente por descumprir o investimento mínimo em Saúde. Por dois anos, Pezão teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado.




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