SwissLeaks: auditores estão na lista de contas secretas da Suíça
Fiscal envolvida no escândalo do
propinoduto do Rio era correntista do HSBC em Genebra
POR CHICO OTÁVIO / CRISTINA TARDAGUILA / RUBEN BERTA*
17/03/2015
4:00 / ATUALIZADO 17/03/2015 14:36
Na relação dos brasileiros que em 2006
e 2007 mantinham contas numeradas no HSBC da Suíça aparecem pelo menos cinco
auditores fiscais, quatro da Receita Federal e uma da Receita Estadual do Rio
de Janeiro.
Lilian Nigri, ex-superintendente de
Fiscalização da Secretaria de Fazenda fluminense, está na lista. Há 12 anos,
ela foi um dos personagens do escândalo do propinoduto, como ficou conhecido na
época o esquema montado por um grupo de fiscais do Rio para extorquir grandes
contribuintes.
Na segunda-feira, ao tomar conhecimento
da presença de colegas nas contas numeradas do HSBC, o coordenador-geral de
Pesquisa e Investigação da Receita, Gerson Schaan, que cuida do caso SwissLeaks
desde fevereiro, não mostrou surpresa.
— A gente não pode esconder problemas
porque eles existiram e existem, mas, daí a dizer que instituição e os fiscais
são corruptos, são coisas totalmente diferentes — destacou. — Para mim, a
revelação desses casos não enfraquece nem a instituição nem o cargo. Temos uma
corregedoria ativa, firme e independente. E ela não precisa esperar ordem
alguma para atuar.
Ter uma conta bancária na Suíça ou em
qualquer outro país não é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal.
São os auditores do órgão que têm a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento
desta obrigação.
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