segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Em 5 anos Estado perdeu 18% dos servidores ativos

Esses números são apenas no Poder Executivo.
Matéria usa como fonte o Caderno de Recursos Humanos no período de janeiro de 2014 a Dezembro de 2018 e mostra que folha total aumentou 35%. 

Na verdade a folha total cresceu em linha com os principais índices de Inflação: IPCA (33,7%), INPC (33%) e IPC (35,09%). 

A questão central é que houve uma grande distorção e esses 35% não foram lineares para todas as categorias. Enquanto a PM teve aumento de 57% na folha e Bombeiros 66%, a maioria das carreiras tiveram 0 de reajuste. 
Com a queda de efetivo, a folha da Educação caiu 5% e da saúde 33%, por exemplo.

É urgente que o novo governo faça um plano de recursos humanos do Estado com Data-Base geral e evite que categorias que tem poder de barganha ganhem aumentos acima da inflação enquanto outras nada recebem.




Em cinco anos, Estado do Rio perdeu 43 mil servidores ativos; efetivo cai 18% no período
Nelson Lima Neto
De janeiro de 2014 a dezembro de 2018, o funcionalismo estadual perdeu 43.064 servidores ativos, viu o número de aposentador cair em 8% e consolidou um aumento de 21% no número de pensionistas (ver o quadro ao lado). Os números espalham o cenário de recuo do investimento em serviços públicos por meio de funcionários concursados e retratam, também, o tamanho da crise que congelou a administração estadual a partir de 2015.








O EXTRA compilou os dados disponibilizados pelo Estado a partir dos Cadernos de Recursos Humanos de 2014 a até o final de 2018. Foi possível constatar que áreas essenciais perderam um volume considerável de servidores — casos da Saúde e da Educação —, enquanto outras pararam no tempo diante do crescimento da procura por parte da população, o que engloba as corporações ligadas à Segurança Pública.
O contingente de servidores ativos a menos após cinco anos de atividade representa que a população tem acesso, hoje, a um efetivo 18% menor que na comparação com janeiro de 2014. Significa que o Estado perdeu quase 1 a cada 5 vínculos em meia década.
— Quando tomei posse como docente do Estado, a empolgação era grande. Após os anos, desisti do serviço público pelos problemas que vivemos todos os dias. Da burocracia para trabalhar a estrutura — lamentou o professor Rafael Navarro Costa, de 37 anos, que aguarda exoneração pela Secretaria de Educação.
Já a área de Saúde perdeu quase metade dos seus servidores estatutários. Na visão dos funcionários que sem em atividade, a situação é reflexo do desmonte da categoria.
— Diria que, caso não tenhamos em até dois anos novos concursos para a Saúde, a categoria deixará de existir como função estatutária. A queda de qualidade no serviço é visível — disse Antônio Rodrigues, diretor da Associação dos Servidores de Vigilância Sanitária do Estado (Asservisa-RJ).
Folha maior mesmo com menos vínculos
Quanto ao crescimento da folha, a explicação recai sobre as incorporações salariais feitas sobre os vencimentos de diversas categorias a partir de 2014. Naquele ano, o ex-governador Luiz Fernando Pezão ofereceu reestruturações, incorporações e reposições — o gasto com ativos aumentou 19%. O aumento provocou, também, o descontrole da Previdência, problema gerado pela própria gestão. O gasto com inativos e pensionistas aumentou 52% em cinco anos: de R$ 781 milhões, por mês, para R$ 1,1 bilhão. No total, a folha aumentou 35%, com o Estado passando a gastar R$ 560 milhões a mais com salários e proventos.
— O que precisaria ser feito era uma ampla revisão de que tipo de serviços o Estado realmente precisa prestar e qual o quantitativo de servidores para estas atividades. Ai sim saberíamos se essa redução de servidores compromete ou não o atendimento a população — avaliou André Luiz Marques, especialista em gestão e políticas públicas do Insper.
O EXTRA procurou as secretarias de Saúde e Educação. A Saúde informou que “a redução de servidores não representa reduzir a oferta e a qualidade de serviços à população”. A pasta também lembrou que 16.167 terceirizados ligados às Organizações Sociais atuam do serviço de Saúde. Já a Educação informou que o Estado possui, hoje, um déficit de 2 mil docentes. Uma das medidas solicitadas pela pasta foi o retorno dos cerca de 500 professores cedidos à outros órgãos públicos.


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