No dia 26 de maio a Secretaria de
Fazenda publicou no Diário Oficial dois relatórios (Pág.3-4 e página 16) que
apontavam um superávit de caixa de 4,2 bi em 2017.
A ANAFERJ colocou a informação em seu
site e a notícia viralizou, com mais de 60 mil acessos. O governo foi procurado
por órgãos de imprensa e respondeu argumentando que desses 4,2 bi, 3,5 foram de
restos a pagar processados do exercício anterior, de 2016.
A primeira coisa que chama a atenção
é o volume enorme de recursos que “ficou para trás” como restos a pagar de 2016.
Equivale a quase um mês de Receita Corrente Líquida do Estado. Mas como
vivemos uma crise e estamos em Estado em Calamidade, isso pode ser resultado do
descontrole causado pelo momento difícil.
A segunda coisa que nos preocupa é
sobre qual o critério se usou para estabelecer as prioridades sobre as despesas
que seriam efetivamente pagas. E quais foram escolhidas pra seguir em aberto.
Nesse momento, em junho de 2017, ainda há salários de 2016 a serem pagos: O 13º
salário de milhares de servidores. De outro lado, a imprensa noticia que
empresas acusadas de pagar propina e investigadas em esquemas de corrupção como
a PROL (antiga facility) do alcunhado “Rei Arthur” não sofre qualquer atraso em
seus milionários pagamentos. (aqui)
Por último, cabe ressaltar que a
declaração do governo apenas reafirma que há dinheiro em caixa, deixando implícita a
informação de que o valor real do superávit de caixa é de 700 milhões. (4,2
bilhões menos os 3,5 bilhões).
A informação do saldo e movimentação da
Conta única do Tesouro Estadual e outras contas do governo são sigilosas. A
ANAFERJ por uma limitação ética só trabalha com dados públicos.
Apesar dos principais meios de
comunicação não comentarem, nunca se deve esquecer que o atual governo é uma
continuação do anterior. Está provado que o governo Cabral era pródigo em desvio
de dinheiro público. Por esse motivo, o ex-governador Sérgio Cabral e alguns de seus ex-secretários
de estado estão presos, respondendo a diversos processos de improbidade,
corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e contratos, enriquecimento ilícito e formação de
quadrilha.
Além do atual governador, a maior
parte do atual secretariado é oriunda do governo Cabral. São os homens de
confiança de Sérgio Cabral que nesse momento estão optando por deixar os
servidores sem salário do mês, sem 13º. São os homens de Sérgio Cabral que trabalharam
na ALERJ para aprovar o aumento de alíquota de desconto previdenciário para 14%.
Foi o grupo de Cabral que congelou os salários do servidor.
Há uma crise de receita, há uma crise
de gestão e há, sobretudo, uma crise de credibilidade do atual governo. Essa
falta de confiança da população nas intenções do governo só será resolvida quando
o Estado se livrar em definitivo dos homens e mulheres de confiança de Sérgio
Cabral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário