Empréstimo vai custar R$ 1,3 bilhão a mais de juros

(Extra, p.12)
Coluna  Servidor
Nelson Lima Neto 
Empréstimo vai custar R$ 1,3 bilhão a mais de juros 

Em um documento enviado ao Tesouro Nacional, o governo estadual detalhou como será feita a quitação do empréstimo no valor de R$ 2,9 bilhões, acordado com o banco BNP Paribas, a partir de dezembro de 2020. Segundo um dos anexos disponíveis sobre o andamento do acordo de recuperação fiscal, ficou estabelecido que será pago — a título de juros, encargos e demais comissões — um montante de R$ 1,295 bilhão. Com isso, no total, o Rio terá que desembolsar R$ 4,195 bilhões daqui a três anos, para quitar a dívida. Ou seja, o Estado pagará quase um terço do total do empréstimo só de juros. Entre deputados da Alerj, o valor causou susto. A deputada Martha Rocha (PDT) disse que a incidência de juros não foi adotada para beneficiar os servidores. “O governo vai arcar com juros altíssimos, mas sequer cogitou corrigir o 13º salário de 2016, que vai ser pago com um ano de atraso”, lembrou a parlamentar. O deputado Luiz Paulo (PSDB) criticou o valor: “Pagar R$ 1,3 bilhão a mais por um empréstimo de três anos é extorsão. É quase metade do valor”. O Estado do Rio poderá quitar a dívida de duas formas: a primeira será mediante a privatização da Cedae. A segunda será tendo a União como credora, pois esta é garantidora do empréstimo. Parte dos salários sai dia 14 A Secretaria estadual de Fazenda confirmou que ativos e inativos da área da Segurança Pública, além de ativos da Educação, terão seus salários de novembro creditados na quinta-feira, dia 14. Assim, as áreas terão seus proventos pagos em dia. Vale lembrar que esses depósitos não têm relação com o empréstimo de R$ 2,9 bilhões que está sendo negociado para quitar os vencimentos em atraso. Ontem, o governador Luiz Fernando Pezão foi a Brasília tentar agilizar as últimas avaliações para a assinatura do contrato de empréstimo (que teve com garantia as ações da Cedae). Segundo ele, a previsão é que uma solenidade aconteça amanhã, para sacramentar o acordo, mas a União ainda não confirmou. O Estado pode começar a receber o dinheiro emprestado a partir de sexta-feira.