sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Opinião - Saúde Pública



A ANAFERJ entende que as recentes e lamentáveis mortes ocorridas nas unidades hospitalares do Estado são consequência de uma política de desmonte do serviço público estadual, tendo seu lado mais visível nos serviços de saúde.

Nos últimos anos, para atender interesses de operadores de grupos privados de saúde, os governos estaduais deixaram de investir no serviço público, precarizando as unidades hospitalares, mantendo congelados os salários dos servidores estatutários em patamares de 2005, não realizando concursos públicos para suprir as aposentadorias e terceirizando setores estratégicos. Um momento síntese desta política de desmantelamento foi a demolição do maior hospital estadual, o IASERJ na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.



Ainda na gestão de Cabral, com o auxílio do médico Sérgio Côrtes, foram implementadas as Organizações Sociais da Saúde mais conhecidas como OS, com a falaciosa expectativa de que seriam a solução para os problemas de gestão vividos na saúde pública do estado e dos municípios do RJ.


O resultado da gestão das OSs, além da total falta de transparência e controle, é o aumento da mortalidade infantil e o atendimento precário e mortes diárias pela falta de recursos, falta de pagamento dos profissionais e a negligência associada ao descaso conforme demonstrado nas últimas notícias, dando conta do falecimento de uma senhora no HGV.

A cobertura da imprensa ao fazer a necessária denúncia, não expressa a verdade com clareza e induz a interpretação equivocada de que os responsáveis são os servidores públicos e não a gestão temerária (privada) dos serviços de saúde, entregues as OSs.

É preciso lembrar que esse governado não investiu o percentual mínimo constitucional em saúde e só teve as contas aprovadas por possuir maioria política na Assembleia. O governador, o secretário de saúde e os deputados que dão passe livre para o desvio de recursos da saúde tem uma grande parcela de responsabilidade por essas mortes.

É preciso esclarecer, apurar responsabilidades e denunciar todo este processo de desmonte da estrutura de saúde pública, que está trazendo dor e sofrimento para a população do RJ.


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