quarta-feira, 27 de julho de 2016

LRF, gastos com servidores. Vamos fazer as contas?

Há uma campanha de terror sobre o servidor público. O governo vem a um ano, divulgando na imprensa que o estado vai ter que demitir servidores estatutários.

Essa perseguição demostra um desejo e tem um forte viés político por tentar desviar a atenção da opinião pública dos reais problemas de gestão do estado. 

Mas não faz qualquer sentido quando analisamos os números.

Segundo o último caderno SEPLAG de junho, o gasto com todos os servidores ativos é de 1 bi. Fazendo uma conta simples, em um ano com 13° e férias, dá 13,3 bi/ano.

O governo adoraria, mas não pode demitir servidor inativo e/ou pensionista. Por isso vamos fazer um exercício usando apenas esse valor dos ativos que são "legalmente demissíveis".

Se o governador demitisse TODOS os servidores públicos ativos e o Estado do Rio de Janeiro não tivesse mais um único policial, bombeiro, professor, médico ou analista, ainda assim não resolveria o rombo de 17 bi desse ano. Já que a folha de um ano é de 13 bi.

E como o Estado poderia exercer a sua função de promover o bem estar social sem ninguém trabalhando? (terceirizado também entra na despesa corrente de pessoal).

Então ao contrário do que o governo apregoa, demitir servidor, seja 1%, 10%, 20%, 50% ou 100% do quadro, não resolve a crise.

A conclusão inevitável que chegamos é a de que o atual governo quer que o servidor esteja sob pressão, com muito medo.

E com o medo de perder o emprego, é mais fácil aceitar ficar sem reposição das perdas inflacionárias. É mais fácil manter as categorias caladas e desmobilizadas.

Enquanto isso o governo não faz um esforço efetivo de controle de custos e auditoria de gastos e dívidas.


Fonte: Caderno RH SEPLAG jun/16. Pág. 2. 
Disponível em:  http://www.rj.gov.br/web/seplag/exibeconteudo?article-id=2095947

2 comentários:

  1. Outro aspecto que pouco se fala e poucos reparam é que o Estado, demitindo servidor estável, estará aumentando o rombo da previdência, já que esta tem caráter contributivo. Os servidores ativos representam apenas receitas para o Rioprevidência. E os inativos e pensionistas são as despesas. Quanto menos servidores ativos, maior o rombo.

    "A previsão é que o caixa do Estado feche as contas em 2016 com déficit (total) de R$ 19 bilhões."
    Na previdência, "neste ano, o Rio de Janeiro pagará R$ 18 bilhões. Na contrapartida, a arrecadação será de R$ 5 bilhões, informou a secretaria de estado de fazenda"
    (FONTE: http://glo.bo/1OtZF5p)

    Ou seja, dos R$ 19 bilhões do déficit do Estado, R$ 13 bi é só da Rioprevidência.
    Demitir servidor estável não resolve NADA nas contas do RJ, prejudica a prestação de serviços (que já é de qualidade duvidosa) e ainda aumenta a penúria previdenciária.

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  2. Outro aspecto que pouco se fala e poucos reparam é que o Estado, demitindo servidor estável, estará aumentando o rombo da previdência, já que esta tem caráter contributivo. Os servidores ativos representam apenas receitas para o Rioprevidência. E os inativos e pensionistas são as despesas. Quanto menos servidores ativos, maior o rombo.

    "A previsão é que o caixa do Estado feche as contas em 2016 com déficit (total) de R$ 19 bilhões."
    Na previdência, "neste ano, o Rio de Janeiro pagará R$ 18 bilhões. Na contrapartida, a arrecadação será de R$ 5 bilhões, informou a secretaria de estado de fazenda"
    (FONTE: http://glo.bo/1OtZF5p)

    Ou seja, dos R$ 19 bilhões do déficit do Estado, R$ 13 bi é só da Rioprevidência.
    Demitir servidor estável não resolve NADA nas contas do RJ, prejudica a prestação de serviços (que já é de qualidade duvidosa) e ainda aumenta a penúria previdenciária.

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