Pelo menos 37 deputados votaram contra os aumentos, mas mesmo assim os aumentos foram aprovados por votação simbólica de acordo das lideranças.
Alerj aprova aumento de impostos sobre gasolina, cerveja e cigarro
Elevação de alíquota de energia subirá para quem
consome mais de 300kwh/mês
13/12/2016 21:04:36
PALOMA SAVEDRA
Rio - Em votação polêmica, a
Alerj aprovou hoje o aumento do ICMS sobre energia elétrica, gasolina, cigarro,
cerveja e telecomunicações. O governo estima arrecadar mais R$ 800 milhões ao
ano com a medida. As mudanças começam a valer em 90 dias e só terão validade
durante o período do estado de calamidade, que termina em dezembro de 2017.
A alta mais expressiva foi para o
cigarro: a alíquota subirá de 27% para 37%, com 2% para o Fundo Estadual de
Combate à Pobreza. Na verdade, a taxa voltará a ser de 37%, já que a base de
cálculo estava suspensa desde março por decreto do estado. Essa medida será
derrubada junto com a publicação da lei. A receita prevista com essa mudança é
de R$ 70 milhões ao ano.
O texto que mais sofreu alteração
ao original (do Executivo) é o que trata da energia elétrica: foram criadas
faixas com alta de alíquotas que vão até 32%. E a elevação das taxas são
somente para consumo acima de 300 kwh/mês, enquanto a proposta do governo era
de aumentar a partir de 200 kWh/mês.
Agora, a alíquota para quem gasta
entre 300 e 350 kwh/mês passará dos atuais 29% para 30%. E entre 350 e 450
kwh/mês de 29% para 31%. Para o consumo acima de 450 kwh/mês a alíquota subirá
de 29% para 32%. A mudança representa mais R$ 300 milhões ao Tesouro Estadual.
Presidente da Comissão de
Tributação da Alerj e líder do PSDB — que votou contra as propostas —, o
deputado Luiz Paulo acredita que o aumento de impostos pode agravar a recessão.
Ele, no entanto, considera que as mudanças feitas aos textos originais
“penalizarão menos a população de baixa renda”. “Vivemos uma recessão e alta da
carga tributária pode ser um tiro no pé”, disse o parlamentar.
Nas telecomunicações, foi
aprovado o texto original, que aumenta a taxa de ICMS de 30% para 32%. A Alerj também
manteve o projeto do governo para a gasolina: percentual subirá de 32% para
34%. A cerveja também ficará mais cara: a alíquota de ICMS subirá 1%: de 19%
para 20%.
As aprovações foram acordadas
pela maioria no colégio de líderes. Foi combinado que a votação no plenário
seria apenas simbólica. Mas na sessão os deputados mudaram seus votos (que não
valeriam nada) e disseram-se contra o projeto. Mas o que ficou valendo foi o
acordo na reunião. Para alterar isso, algum parlamentar deveria pedir verificação
de voto e recontagem, o que não ocorreu.
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