Muspe discute
greve geral em janeiro
Funcionalismo mobiliza paralisação por causa do atraso salarial de
novembro e da imprevisibilidade do crédito do 13º
27/12/2016 11:00:00
PALOMA SAVEDRA
Rio - A bomba está prestes a estourar e
os serviços públicos a serem afetados drasticamente no Estado do Rio. Devido ao
atraso do pagamento de salários de novembro e à imprevisibilidade do crédito do
13º, o funcionalismo está se mobilizando para uma greve geral em janeiro. Hoje,
o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) reúne
representantes de cerca de 40 sindicatos para discutirem e costurarem a
paralisação geral já no primeiro mês de 2017.
Não está descartada nem mesmo a adesão
de agentes da Segurança: fontes afirmam que PMs estudam fazer ‘operação-padrão’
no Réveillon. E hoje um dos sindicatos de policiais civis, o Sinpol, faz
assembleia para decidir sobre paralisação de 24 horas também no Ano Novo.
Um dos líderes do Muspe, Alzimar
Andrade ressalta que o movimento pela greve geral ganhou mais força ontem com a
decretação de paralisação por quatro categorias, todas da Secretaria de
Fazenda: analistas de Controle Interno, gestores de Controle Interno, analista
da Fazenda e analistas de Finanças Públicas. As classes vão parar a partir de
quinta, pois há um prazo de 72 horas após a comunicação à administração. Na
última quinta, servidores do Proderj decidiram pela greve, que começou ontem.
“A ideia é costurar greve geral e ver
as categorias que podem aderir. A cada dia há uma classe parando”, disse
Alzimar, que é diretor do Sindjustiça, em greve desde outubro.
Calendário de
lutas
Os sindicatos de diferentes classes de
servidores terão que fazer suas próprias assembleias, lembra Alzimar. E,
segundo ele, a ideia da reunião hoje é discutir possibilidades e data para a
decretação da greve. O sindicalista afirma ainda que será definido o calendário
de lutas para 2017. “Já estaremos programados antes da votação do pacote na
Alerj”, diz.
Analistas da
Fazenda
A Secretaria de Fazenda tem cerca de
350 analistas ativos,segundo a Anaferj (associação da categoria). Os
funcionários não receberam o salário de novembro e decretaram greve ontem.
Diretor da Anaferj, Nelson Antunes diz que os servidores reivindicam não só o
pagamento dos vencimentos: “É pelo 13º salário e o crédito dos inativos e
pensionistas”.
Contra corte de
ponto
Antunes diz que a greve protegerá quem
não tem condições de ir trabalhar: “Não haverá corte de ponto”. A classe chegou
a conversar com o secretário de Planejamento, Luiz Cláudio, semana passada, e
ele sugeriu que cada servidor falasse com seu gestor — este poderia
identificar, com “bom senso” cada caso. Mas a categoria temia corte de ponto.
Outros
tratamentos
Presidente da Associação dos Servidores
do Controle Interno (que atende analistas e agentes), Thiago Rangel diz que a
classe também critica outros pontos. “Há insatisfação pelo fato de outras
classes receberem de forma diferente”, diz. Conforme a coluna já informou, O
13º do Detran e Loterj já foram pagos. O da PGE também.
Assembleia
Integrantes de uma carreira nova — de
Executivos Públicos — também poderão parar. Presidente da Exec-Rio, Jesuíno
Alves diz que haverá assembleia na semana que vem para decidir sobre
paralisação. E, ontem, eles aprovaram indicativo de greve. A carreira foi
criada há pouco mais de três anos para modernizar a gestão pública.
Contador geral
O contador geral do estado, Francisco
Iglesias, comunicou ontem à Fazenda sua saída do cargo. A decisão poderá afetar
o fechamento das contas do governo. A pasta não comentou o caso. A secretaria
também não se pronunciou sobre as decisões pela greve das diversas categorias
integrantes da pasta.
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