Foi com surpresa e tristeza que a categoria de Analistas da Fazenda Estadual
tomou conhecimento do falecimento do ex-secretário Júlio Bueno.
Júlio Bueno foi uma figura muito humana e nos atendeu sempre de forma amistosa
e respeitosa. Na sua extensa biografia há uma passagem na direção da Associação
dos Engenheiros da Petrobras e, talvez por isso, nutria simpatia legítima pelas
nossas pautas. Havia divergências, é claro, mas sob sua gestão nunca houve
perseguição aos Analistas ou outros servidores da casa.
Júlio estava na SEFAZ no momento agudo de crise. Ele atrasou o
pagamento aos fornecedores para manter os salários em dia o quanto foi
possível, mas em algum momento, não houve possibilidade de manter. Durante sua gestão, ele
buscou, como hábil negociador, receitas extraordinárias que mantiveram o estado
funcionando em uma aparente normalidade frente a queda abrupta de arrecadação
com a queda do barril e a parada de investimentos na cadeia produtiva do
petróleo.
Quando finalmente os salários atrasaram, fizemos uma greve por falta
de salários e foi o momento em que a nossa relação azedou.
Após a sua saída, ele lançou o livro “Rio em Transe: No núcleo da crise” onde contava a
crise no Rio sob sua ótica e algumas informações de bastidores. Em gesto nobre,
nos chamou para o lançamento do livro. Lemos o livro, fizemos uma crítica “agridoce”
e Júlio, bem ao seu estilo, reclamou das críticas, sem levar em conta os
elogios que fizemos no artigo à sua personalidade generosa e à sua passagem
frente a nossa instituição.
Júlio errou, Júlio acertou, conheceu o céu e o inferno na Sefaz. Mas a
morte nos iguala: Ricos e pobres, bons e maus, certos e errados, flamenguistas
e tricolores. Hoje há uma família chorando e a Associação dos Analistas da
Fazenda usa esse espaço para lamentar profundamente o falecimento de Júlio
Bueno e envia suas sinceras condolências aos familiares e amigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário